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terça-feira, 6 de novembro de 2012

PETIÇÃO EM DEFESA DOS ÍNDIOS: Estudantes praticando cidadania.


Página foi criada por uma estudante de 25 anos: em um dia, 40 mil assinaturas
Foto: ReproduçãoPágina foi criada por uma estudante de 25 anos: em um dia, 40 mil assinaturas Reprodução 
 
RIO - A disputa de terras entre os 170 índios da etnia guarani caiová e fazendeiros no Mato Grosso do Sul vem mobilizando as redes sociais há pelo menos duas semanas. Mais de 270 mil pessoas assinaram uma petição online pedindo uma posição do poder público quanto à questão. E os resultados já começaram a aparecer: segundo o procurador da República no município de Dourados (MS) Marco Antonio Delfino, que defende a permanência dos grupo indígena, a mobilização na internet foi fundamental para que a situação chegasse aos ouvidos da presidente Dilma Rousseff. Na última terça feira, a desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, anulou sentença de primeira instância, que ordenou a desocupação da área e garantiu a permanência dos índios na região. Ontem, estudantes de escolas e universidades de Brasília se reuniram com representantes de movimentos sociais e indígenas de vários estados, em ato que marcou a primeira manifestação pública a favor da etnia, na Esplanada dos Ministérios.
Delfino também afirmou nesta quinta-feira que a solução para o caso dos guaranis caiovás é a concessão aos índios, pela União, da titularidade das terras reivindicadas e a indenização dos fazendeiros que são os atuais.
- A mobilização das redes sociais foi definitiva para alcançar esse resultado. Provocou uma reação raramente vista por parte do governo quando se trata de direitos indígenas - disse.
A página na internet foi criada há duas semanas pela estudante de jornalismo Valéria Ferreira, de 25 anos. Apesar de não morar no Mato Grosso do Sul - ela prefere não especificar o local onde vive -, ela passou a conhecer os casos dos guarani caiovás também por meio da internet, pela publicação, em vários blogs da carta em que os índios declararam resistir até a morte caso tivessem que sair da região. Depois da petição, diversos perfis com sobrenome guarani caiová começaram a pipocar na rede.
- Nos primeiros três dias tínhamos apenas 5 mil assinaturas. Depois que a petição começou a ser compartilhada no Facebook por perfis como o do Anonymous e do Movimento Brasil pelas Florestas, ela cresceu de forma viral e se espalhou pela rede. No dia seguinte, já havia 44 mil assinaturas - conta Valéria, que abriu a página no dia 15 de outubro, e já pensa em como vai continuar pressionando as autoridades por uma solução:
- É preciso incentivar todas essas pessoas que assinaram e que se importam a mandarem e-mails para os deputados, principalmente os da comissão de Direitos Humanos, senadores e ministros.
Pedro Abramovay, diretor de campanha do Avaaz, site de campanhas online que hospeda a página, considera que as mobilizações online estão cada vez mais tendo legitimidade perante a esfera política. Ele lembra que outras petições online, como o "Veta, Dilma" - sobre o veto de partes do Código Florestal pela presidente - e a da Lei da Ficha Limpa, produziram resultados concretos.
- Tenho certeza que a mobilização foi fundamental para a decisão da desembargadora, que garante a presença dos índios lá. Ela veio rápida e aconteceu justamente no auge da mobilização. Mas não podemos ficar por isso mesmo. É preciso pressionar pela demarcação definitiva das terras - lembra Abramovay.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), desde o início da mobilização, um índio da etnia cometeu suicídio: Agripino da Silva, de 23 anos, na madrugada de sábado para domingo, em Paranhos, no Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil, ao ser acionada, se recusou a comparecer ao local para realizar perícia e registrar boletim de ocorrência , sob o argumento de se tratar de área em litígio. Para garantir o direito à segurança dos índios, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra o Estado do Mato Grosso do Sul.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/peticao-na-internet-pressiona-governo-se-posicionar-sobre-conflito-dos-guarani-caiovas-6610179#ixzz2BRPgHLBu
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